Os 26 agricultores do assentamento Rosa Luxemburgo, no município sergipano de Estância estão aguardando a diminuição das chuvas para a retomada de um cultivo ainda pouco difundido na região: o do girassol, cuja safra deve ser colhida em meados de outubro deste ano.
“No ano passado, com as dificuldades causadas pelas chuvas e a falta de um acompanhamento técnico, foram produzidos cerca de 800 Kg de sementes por hectare. Este ano, com as novas sementes (Embrapa 122) e o apoio técnico, a gente espera que os agricultores alcancem uma produção de até 1,5 tonelada por hectare”, afirma a engenheira agrônoma Licia Mendes Mendonça, da Cooperativa de Reforma Agrária de Sergipe (Coprase).
O girassol produzido com a reforma agrária é parte de um projeto inovador implantado pela Petrobras Biocombustíveis em diversos estados brasileiros. Por meio dele, a empresa fornece sementes selecionadas e capacita engenheiros agrônomos e técnicos que prestam assessoria produtiva nos assentamentos. Toda a produção obtida com o trabalho dos agricultores é comprada pela própria Petrobras e revertida para a produção de biodiesel.
“Quando apareceu a oportunidade, todos quiseram participar do projeto. É um negócio com venda garantida, que ajuda o assentado a aumentar a renda da sua família”, comentou José Valter Franco de Jesus, o Téo, presidente da Associação de Moradores do Assentamento Rosa Luxemburgo.
Produto em alta
Acompanhando a valorização do produto estabelecida pelo mercado, a Petrobras Biocombustíveis adquire o girassol produzido nos assentamentos pagando aos produtores R$ 0,74 centavos por quilo de semente. “O girassol está em alta no mercado e a tendência é de que até o momento da colheita o preço fique acima de R$ 0,80 centavos por quilo”, projetou Licia Mendes.
Somente na região Sul de Sergipe já estão inseridos no programa para a produção de biodiesel 620 agricultores assentados. Além do girassol e do maracujá, os agricultores do Rosa Luxemburgo possuem também lavouras de batata, milho, mandioca e feijão.